20.1.09

Cheguei a casa, despi o casaco e reparei que, nas costas, ainda trazia alguma da relva onde nos deitávamos. Não era uma coisa que costumasse fazer mas hoje é, sem dúvida, algo a repetir. Ali estávamos nós, deitados, debaixo do céu e em cima da terra, unidos pelo mesmo pensamento, pelo mesmo sentimento, pelo mesmo amar. Tu sabias que eu te amava, eu sabia que tu me amavas, ambos o sentíamos e ninguém o mencionou. Porquê? Talvez por ainda ser tudo muito novo, talvez por ser bom demais para ser verdade ou porque, simplesmente, não havia palavras que o descrevessem. A tua mão desafiava a vergonha, enquanto me procurava, e o teu coração contradizia o silêncio em dueto com o meu, como sempre. Era tão bom amar assim, numa simplicidade tão nossa… De certo que havia quem preferisse outras manifestações mas aquela era a nossa forma de sentir, de viver um pelo outro e para o outro. Não queria estar noutro lugar. Que fazíamos nós ali deitados? Não sei. Não faço ideia. Não queria estar noutro lugar. Hoje cheguei a casa, despi o casaco e reparei que, nas costas, ainda trazia alguma da relva onde me deito sozinho, sempre que me sinto só. Desta vez, era apenas relva nas costas do casaco…

Link Homem de Lata, às 23:33  Comentar

De Em Fá Sustenido a 21 de Janeiro de 2009 às 00:10
E é só assim que a relva de um jardim se torna qualquer coisa só tua. Só vossa.
Adorei simplesmente.

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:37
Quando estamos com aquela pessoa tudo ganha um novo significado...:-)

De Alice a 21 de Janeiro de 2009 às 03:26
Este homem de lata tem nome? Fico curiosa; será Rui, ou José, talvez Manuel? A tua escrita não combina com a idade que nos queres fazer pensar. Gosto muito dos teus textos românticos, mas sinto a falta de saber mais a teu respeito.

Beijo

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:42
O homem de lata tem mais de homem do que de lata, com todos os defeitos e qualidades que isso implica. o homem de lata é alguém fiel aos seus sentimentos e princípios mas que, ainda assim, erra e acerta quando a vida assim o dita. O homem de lata é uma pessoa normal que se sente lisonjeada por todas as vossas visitas e comentários.Muito obrigado.;-)

De green.eyes a 21 de Janeiro de 2009 às 09:46
"Tu sabias que eu te amava, eu sabia que tu me amavas, ambos o sentíamos e ninguém o mencionou. Porquê ?"
Porque quando se ama, o silêncio também fala, com uma voz doce e suave.
Beijinho

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:46
Acredita que eu sei disso. Às vezes paramos para olhar, mais uma vez, para aquela pessoa que tanto nos diz e, simplesmente, não temos palavras pois ela absorve-nos de tal maneira que nem conseguimos falar.

De Anaísa a 21 de Janeiro de 2009 às 13:16
Amo o jogo de palavras, a leveza como você as transpõe no texto!
É sempre muito bonito!
beijos

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:49
Muito obrigado, tento ser o mais sincero que me for possível. Grato pela visita e beijos.

De Carolina a 21 de Janeiro de 2009 às 16:55
Simplesmente maravilhoso, acho que não existem palavras que consigam descrever este texto! :)
Passa pelo meu ;)

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:52
Olá Carolina. Obrigado pelas tuas palavras. Vou visitar-te sim, aguarda-me.:-)

De sandra a 21 de Janeiro de 2009 às 21:23
Sempre tao romantico.


beijos

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:53
E sou mesmo... é verdade.:-)

De Homem de Lata a 21 de Janeiro de 2009 às 21:53
jokas e obrigado pela visitinha.

De susana Rodrigues a 22 de Janeiro de 2009 às 01:05
que texto bonito.. simples... inocente. Muito bonito.. quase que consigo imaginar a cena:)
muito bonito
su

De Homem de Lata a 25 de Janeiro de 2009 às 00:57
Olá Su, fico contente que tenhas gostado. Fazer parte do teu bom gosto é, no mínimo, motivador. Beijoca.

De Saldanha a 22 de Janeiro de 2009 às 09:58
Achei simplesmente do fundo.. Muito fixe.. Mas onde anda essa tua alma gémea que tanto chamas e ela tarda a vir??? Com este sentimento.... Ela virá certamente...

De Homem de Lata a 25 de Janeiro de 2009 às 00:58
Olá amigo. Gostaste? Ainda bem pois é mesmo do fundo. De resto, a única alma pela qual posso responder é pela minha. Abraço.

De sofia a 25 de Janeiro de 2009 às 17:48
Bonito.

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 10:03
Obrigado. Hoje passei pelo teu blog e pode-se dizer que há dias assim...interessantes.

De sofia a 26 de Janeiro de 2009 às 11:53
:) Serás sempre bem-vindo.

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 20:22
Quem oferece assim a sua casa só pode ter bom coração:-)

De Maresia a 26 de Janeiro de 2009 às 11:04
Sentimentos intensos, expressos em palavras assim, simples mas que traduzem de forma magistral o querer..

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 20:17
Antes de responder a este comentário passei pelo seu blog de forma a conhecer um pouco da pessoa a quem me dirijo. Li um poema que me chamou a atenção - "fim". Diz que não se contenta com pouco. Só "fala" assim quem sabe o valor que tem":-) Devíamos saber todos... Obrigado pelo comentário.

De Maresia a 27 de Janeiro de 2009 às 11:50
Agradeço. Aprendi algumas coisas nesta caminhada, e uma das mais importantes é que só gostando muito de mim posso gostar muito dos outros, ou seja não gostar mais de ninguém do que de mim própria...

De Homem de Lata a 28 de Janeiro de 2009 às 20:57
Concordo plenamente. Temos que nos valorizar...:-)

 
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