20.1.09

Cheguei a casa, despi o casaco e reparei que, nas costas, ainda trazia alguma da relva onde nos deitávamos. Não era uma coisa que costumasse fazer mas hoje é, sem dúvida, algo a repetir. Ali estávamos nós, deitados, debaixo do céu e em cima da terra, unidos pelo mesmo pensamento, pelo mesmo sentimento, pelo mesmo amar. Tu sabias que eu te amava, eu sabia que tu me amavas, ambos o sentíamos e ninguém o mencionou. Porquê? Talvez por ainda ser tudo muito novo, talvez por ser bom demais para ser verdade ou porque, simplesmente, não havia palavras que o descrevessem. A tua mão desafiava a vergonha, enquanto me procurava, e o teu coração contradizia o silêncio em dueto com o meu, como sempre. Era tão bom amar assim, numa simplicidade tão nossa… De certo que havia quem preferisse outras manifestações mas aquela era a nossa forma de sentir, de viver um pelo outro e para o outro. Não queria estar noutro lugar. Que fazíamos nós ali deitados? Não sei. Não faço ideia. Não queria estar noutro lugar. Hoje cheguei a casa, despi o casaco e reparei que, nas costas, ainda trazia alguma da relva onde me deito sozinho, sempre que me sinto só. Desta vez, era apenas relva nas costas do casaco…

Link Homem de Lata, às 23:33  Comentar

De malmequers a 26 de Janeiro de 2009 às 11:42
Retribuo uma visita de há já algum tempo. Não vejo o amor com nostalgia, porque o que não aconteceu não é amor...e se ocuparmos o nosso coração com o que podería ter sido, tornamo-nos menos "disponíveis" para o que é e o que poderá ser.

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 19:53
Olá, grato pela visita. Concordo totalmente, até porque não podemos - aliás acho que não devemos - limitar o futuro em função de um passado menos bom e não é, de todo, justo culpar os próximos pelos erros dos anteriores. Ao contrário do que possa parecer este blog não se baseia apenas nesse sentimento nostálgico. Trata-se de uma forma de exorcizar o passado, de expressar o presente e, quem sabe, de prever o futuro. Não se trata de um homem de lata - ou mulher como muitas vezes já se questionou aqui - agarrado a uma história que já foi escrita. Trata-se de um homem de lata a escrever uma história onde se agarrar. Escreva-se o amor e haverá quem o leia, certamente. Obrigado por me fazer questionar e reflectir sobre esta questão pois esse é o caminho para a evolução.

De dead_ends a 26 de Janeiro de 2009 às 22:13
Primeiro diz que não devemos limitar o futuro em função de um passado menos bom e nem culpar uns por erros de outros (nos quais se incluem os nossos erros) depois diz"...a escrever uma história onde se agarrar." Algo contraditório não?

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 23:17
Essa expressão pretendia ser uma metáfora para esperança... resultou?

De dead_ends a 27 de Janeiro de 2009 às 08:41
Eu percebi muito bem a metáfora, mas o Homem de Lata também percebeu muito bem aonde eu queria chegar...certo?

De Homem de Lata a 28 de Janeiro de 2009 às 20:59
Confesso que não percebi...

De dead_ends@sapo.pt a 28 de Janeiro de 2009 às 21:36
Deixa lá...não é nada de importante...

De Homem de Lata a 28 de Janeiro de 2009 às 21:58
Vá lá, terei todo o gosto em tentar perceber... de novo:-)

De dead_ends a 29 de Janeiro de 2009 às 09:59
"À beira de um precipício só há uma maneira de andar para a frente: é dar um passo atrás" (M. de Montaigne), mas muito dificilmente o fazemos porque fazê-lo significa não viver, e essa seria uma mágoa que nos acompanharia sempre. Procuramos sempre a nossa "tabua de salvação", ou se quiser a nossa história, aquela história, na esperança de que o precipício não o seja tanto assim, de que a nossa carroça (vivências anteriores entenda-se) não seja demasiado pesada para os outros, porque ao contrário das pegadas na areia, as pegadas impressas na alma não se apagam.
Os navios são seguros quando estão no porto, mas não é para isso que se constroem navios pois não?
É difícl explicar, duvido que o tenha conseguido...
P.S: se o comentário voltar a ficar em duplicado desculpe, mas o pc bloqueou


De Homem de Lata a 1 de Fevereiro de 2009 às 16:09
Penso ter percebido. Aliás, adorei a metáfora do navio. Não a irei esquecer tão cedo. É por isso que gosto de ler e ouvir diferentes pontos de vista, fazem-nos aprender e evoluir. Quanto ao meu navio, esse considero-o um veleiro. Vai onde o vento me levar. Obrigado e beijos.

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 23:17
Essa expressão pretendia ser uma metáfora para esperança... resultou?

De dead_ends@sapo.pt a 28 de Janeiro de 2009 às 10:46
Eu percebi bem a sua metáfora, mas o Homem de Lata também percebeu aonde eu queria chegar....Certo?

De Carolina a 26 de Janeiro de 2009 às 22:31
Homem de Lata, onde tens andado?
Já começo a ficar com saudades.. :P

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 23:18
Estou aqui mesmo ao lado... tu é que n sabes:-)

De Artemisa a 5 de Fevereiro de 2009 às 21:11
No início, é tudo muito mais puro e altruísta... Gosto de inícios.

E gosto dos teus posts! E queria favoritar, mas ainda não tratas-te disso... :(

De Homem de Lata a 5 de Fevereiro de 2009 às 23:06
Falha minha, peço desculpa. O difícil não é começar, é manter.

 
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