20.1.09

Cheguei a casa, despi o casaco e reparei que, nas costas, ainda trazia alguma da relva onde nos deitávamos. Não era uma coisa que costumasse fazer mas hoje é, sem dúvida, algo a repetir. Ali estávamos nós, deitados, debaixo do céu e em cima da terra, unidos pelo mesmo pensamento, pelo mesmo sentimento, pelo mesmo amar. Tu sabias que eu te amava, eu sabia que tu me amavas, ambos o sentíamos e ninguém o mencionou. Porquê? Talvez por ainda ser tudo muito novo, talvez por ser bom demais para ser verdade ou porque, simplesmente, não havia palavras que o descrevessem. A tua mão desafiava a vergonha, enquanto me procurava, e o teu coração contradizia o silêncio em dueto com o meu, como sempre. Era tão bom amar assim, numa simplicidade tão nossa… De certo que havia quem preferisse outras manifestações mas aquela era a nossa forma de sentir, de viver um pelo outro e para o outro. Não queria estar noutro lugar. Que fazíamos nós ali deitados? Não sei. Não faço ideia. Não queria estar noutro lugar. Hoje cheguei a casa, despi o casaco e reparei que, nas costas, ainda trazia alguma da relva onde me deito sozinho, sempre que me sinto só. Desta vez, era apenas relva nas costas do casaco…

Link Homem de Lata, às 23:33 

De Maresia a 26 de Janeiro de 2009 às 11:04
Sentimentos intensos, expressos em palavras assim, simples mas que traduzem de forma magistral o querer..

De Homem de Lata a 26 de Janeiro de 2009 às 20:17
Antes de responder a este comentário passei pelo seu blog de forma a conhecer um pouco da pessoa a quem me dirijo. Li um poema que me chamou a atenção - "fim". Diz que não se contenta com pouco. Só "fala" assim quem sabe o valor que tem":-) Devíamos saber todos... Obrigado pelo comentário.

De
( )Anónimo- este blog não permite a publicação de comentários anónimos.
(moderado)
Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.

Comentário

Máximo de 4300 caracteres



Copiar caracteres

 



 
Posts mais comentados
71 comentários
46 comentários
44 comentários
41 comentários
38 comentários
37 comentários
37 comentários
31 comentários
RSS