Sou um miúdo distraído
Vivo num mundo apenas meu
Onde não falo para não ser ouvido
Onde me lembro de quem me esqueceu
Tenho o meu canto acostumado
Apenas à minha silhueta
Lá não levo convidados
Nem nada que se pareça
Não tenho assoalhadas nem mobílias
Nem tão pouco copos de cristal
Tenho apenas sonhos e quizilias
De um miúdo sentimental
Pois é lá que rio e é lá que choro
Sempre que a vida assim obriga
E é lá que odeio e adoro
Cada dia da minha vida
Mas esses dias foram diferentes
Pois houve alguém que permaneceu
Destacando-se entre as gentes
Chegou, viu e venceu
Chegou ao mais fundo de mim
Viu aquilo que nunca mostro
Obrigou-me a dizer sim
“é de ti que eu tanto gosto”
E hoje para o meu canto isolado
Aquele onde rio e choro
Tenho sempre um convidado
Que simplesmente adoro
Por isso volta quando quiseres
Pois a minha casa sempre foi nossa
Vou dar-te tudo o quiseres
Vou amar-te o mais que possa.