10.6.09

Por vezes sinto-me tolo por me agarrar às pequenas coisas do passado mas se não o tivesse feito hoje não teria presente e a tua foto não estaria na parede, nem o teu perfume no sitio onde o deixavas sempre…em mim. A foto foi da noite em que saímos com um destino programado apenas pelo próprio destino. Já era hábito, lembras-te? Dizias que o nosso amor jamais nos poderia levar a um sítio onde não quiséssemos estar e eu acreditava que sim. Seguia-te com a determinação e certeza próprias dos apaixonados e fá-lo-ia pelo menos até ao fim do mundo sem fraquejar ou duvidar. Ingénuo? Talvez, se fosse essa a condição dos que amam verdadeiramente. E eu amava a cada passo. Após caminharmos um pouco, o tempo levou-nos a uma daquelas fontes onde jazem, no fundo, os corpos dos sonhos mortos de tanto casal apaixonado. Idealizados, despedaçados, amontoavam-se como que lutando por chegar à superfície para que mais uma vez fossem sonhados. Atirei uma moeda, sonhei eu também e sentámo-nos tão perto da água que consegui ouvir alguns deles “Quero-te para sempre” “Que o nosso amor nunca termine”… - Pobres desgraçados que ali perdiam o coração. Será que também ouvias? Pensei eu por momentos, a sós, para dentro. Foi então que os nossos reflexos se encontraram na água que, sem eu saber como, se tinha apoderado dos teus olhos. Acabava ali, diziam eles… e os sonhos mortos eram os meus.

Link Homem de Lata, às 00:31 

De someone a 11 de Junho de 2009 às 21:50
Magnifico, como sempre!
Há muito que o leio! Os seus textos fazem-me sempre pensar, infelizmente o meu sonho também morreu mas creio que eu também dei uma ajuda para que tal acontecesse...
Beijo (:

De Homem de Lata a 15 de Junho de 2009 às 21:35
Eu acho que a culpa nunca morre solteira não é? Normalmente uma relação acaba como começa, sempre a dois. Pode não ser de forma igual mas, regra geral, a culpa é sempre partilhada. Mas há algo que faz reviver todos os sonhos... é a esperança. Que tenhas muita! Obrigado pelo tempo dedicado e pela visita.

De
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